sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Contagem de moradores de rua começa no dia 1º

É a primeira vez que o governo federal realiza uma pesquisa deste gênero. Até hoje não existem estimativas sobre o número de pessoas que moram nas ruas ou sobre o modo como vive esta população


Começa nesta segunda-feira (01/10), a Contagem Nacional da População em Situação
de Rua – pesquisa encomendada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) para subsidiar políticas públicas voltadas a este segmento da população. Para fazer este levantamento, 2.500 pesquisadores, divididos em equipes, percorrerão 60 municípios incluindo todas as capitais – exceto São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre - além das cidades com mais de 300 mil habitantes. Nas quatro capitais em que não será feito o levantamento, as Prefeituras já fizeram a contagem, exceto Porto Alegre que ainda irá realizá-la.


Cada equipe
de trabalho contará com a presença de ex-moradores de rua e integrantes de movimentos sociais, que ajudarão na tarefa de abordagem. Serão aplicados dois tipos de questionários com o objetivo de conhecer o perfil das pessoas que vivem e dormem pelas ruas das grandes cidades.


O Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) investirá R$ 1,5 milhão neste levantamento que será feito pela META Instituto de Pesquisas de Opinião Ltda - empresa contratada pelo Ministério, por meio de licitação, em parceria com a Unesco. Para conhecer a metodologia que será usada na pesquisa, foram feitos treinamentos em todas as regiões brasileiras, com a participação de técnicos do MDS e da empresa encarregada do levantamento. A pesquisa estará concluída no final de outubro e os resultados serão conhecidos durante seminário em data e local ainda a serem definidos.


A coor
denadora de Avaliação e Monitoramento da Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação do MDS, Júnia Quiroga, enfatiza que o levantamento responde a uma demanda de instituições ligadas às pessoas em situação de rua feita durante primeiro encontro nacional sobre o assunto, realizado em 2005. “Havia um pedido para que tivéssemos mais informações sobre esse público, para que as políticas públicas sejam mais adequadas a ele”, explica.


Segundo Júnia Quiroga, o levantamento, que trará informações
sobre acesso a serviços, condições socioeconômicas e formas de garantir o sustento, contribuirá na elaboração de políticas federais, estaduais e municipais. Ela destaca ainda o ineditismo do levantamento e o grau de dificuldade em realizá-lo. “É um trabalho com uma amplitude jamais feita no Brasil e abordará, no período noturno, um público com alto grau de vulnerabilidade”, argumenta.


Para a representante do Movimento Nacional
de População de Rua de Belo Horizonte (MG), Anita Gomes dos Santos, 48 anos, quem mora na rua é visto como marginal, como resto da sociedade. “Somos seres humanos com sentimentos e capacidade de ajudar na transformação da sociedade”, disse. Anita acredita que a parceria com os movimentos sociais será fundamental para o resultado da pesquisa. “Estas pessoas se identificam com a gente já que sofremos, na pele, aquilo que elas vivem hoje”, explicou a ex-moradora de rua que hoje está casada, tem quatro filhos e sete netos e um trabalho.


Cidades onde será feito o levantamento: Maceió, Manaus, Macapá, Feira de Santana, Salvador, Fortaleza, Brasília, Serra, Vila Velha, Vitória, Aparecida de Goiânia, Goiânia, São Luís, Contagem, Montes Claros, Uberlândia, Campo Grande, Cuiabá, Belém, Campina Grande, João Pessoa, Teresina, Curitiba, Londrina, Maringá, Campo dos Goytacases, Duque de Caxias, Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Natal, Porto Velho, Canoas, Caxias do Sul, Florianópolis, Joinville, Aracaju, Bauru, Campinas, Carapicuíba, Diadema, Franca, Guarulhos, Jundiaí, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santo André, Santos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, São Vicente, Sorocaba, Palmas, Boa Vista, Rio Branco, Pelotas, Jaboatão dos Guararapes.

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